
Às vezes somos tentados a achar que a Igreja se resume a um prédio, a uma construção, ou, quando um pouco mais ousados, mais espiritualizados, achamos que a Igreja somos “só” nós. A verdade é que a Igreja é muito mais do que aquilo que nossos olhos vêem, primeiramente por se tratar de uma realidade não só humana, mas antes de mais nada, divina. A Igreja pode ser compreendida de diferentes formas, mas vamos tentar entende-la agora sob a ótica que nos é recordada pela liturgia nos primeiros dias do mês de novembro. Nos dois primeiros dias deste mês comemoramos, respectivamente, toda a Igreja Triunfante assim como toda a Igreja Padecente. No dia 1 de novembro comemoramos a Solenidade de Todos os Santos, ou seja, todos aqueles que no seu esforço intimo de imitação de Cristo conseguiram, por graça de Deus, alcançarem a salvação eterna, e já participam da bem-aventurança eterna ao lado de Deus. Esta é a chamada Igreja Triunfante. Mas sabemos também que “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu” (Catecismo Igreja Católica n.1030). A esta chamamos de Igreja Padecente, e a comemoramos no dia 2 de novembro, sob o título de “Dia dos fiéis defuntos”. Nós compomos a chamada Igreja Militante, que ainda caminha rumo a vida eterna em Deus, que lutamos para tornarmo-nos dignos de tamanha graça.
Os membros da Igreja Padecente (à qual chamamos usualmente de “Purgatório”) carecem de nossa ajuda para que possam passar por essa purificação e alcançar o Céu. Por isso a Igreja, nestes primeiros dias de novembro (do dia 1 ao dia 8) concede a cada um de nós a possibilidade de conseguir uma Indulgência Plenária (perdão total da pena temporal a ser liquidada no purgatório) para um fiel falecido para que este possa deixar o purgatório e estar definitivamente a contemplar a Deus face a face. As condições para se receber essa indulgência plenária são as seguintes: a)confissão sacramental; b) comunhão eucarística; c) oração nas intenções do Papa (costuma-se rezar um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória). Unidas a essas condições é preciso fazer uma visita a um cemitério e rezar por uma alma do purgatório.
Ao longo desses oito dias podemos conseguir uma indulgência plenária por dia, desde que a cada dia realizemos todas as condições acima descritas.
É uma obra de caridade fantástica que está ao nosso alcance, por isso, façamos o empenho de fazê-la, pois estaremos com certeza conseguindo assim grandes intercessores do Céu para que possam assim nos auxiliar em nossas lutas diárias rumo a santidade e um dia regozijarmo-nos com eles também na presença de Deus!
Pe. William Santana
Administrador Paroquial
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